O deputado Cleber Verde (PRB/MA) cobrou ações efetivas da Companhia Vale do Rio Doce nos municípios do Maranhão. "O
Consórcio não é contra a Vale, que tem acumulado conquistas e recordes
de produção, numa história de sucesso contínuo. Queremos que ela
continue arrecadando bilhões e bilhões de lucro, mas somos a favor do
povo do Maranhão e exigimos mais investimentos nos nossos municípios”,
reivindicou.
O parlamentar lembrou que a Vale é
responsável por 30% do mercado transoceânico de minério de ferro no
mundo e atingirá, nos próximos quatro anos, a marca recorde de 35%. “O
Porto de Ponta da
Madeira, localizado em São Luís, em 2016, será responsável pelo
escoamento de cerca de 55% de toda a produção de minério da Vale, é
inaceitável que os nossos municípios sejam tratados de forma desigual em
relação aos demais municípios estratégicos onde a Vale
atua”, criticou.
Segundo o deputado, a mineradora construiu
três centros de pesquisa no Brasil: um em Ouro Preto, Minas Gerais; um
em São José dos Campos, São Paulo; um em Belém, no Pará. “Nesses
Municípios, a
Vale investirá um total de R$ 500 milhões na construção desses
institutos — cerca de R$ 163 milhões para cada Instituto — e serão
gastos mais de R$ 6,9 milhões somente em pesquisas. Cada centro
tecnológico conta com cerca de 300 profissionais no seu quadro
próprio e distribuirá mais de 100 bolsas de mestrado e doutorado nos
próximos dois anos”, explicou.
Cleber Verde afirmou que nem a criação de
uma fábrica de roletes de transportadores, que seria instalada em São
Luís, virou realidade. “Essa fábrica foi direcionada para o município de
Parauapebas,
no Pará. As projeções direcionavam a instalação da fábrica para São
Luís, visto que atualmente temos, na Vale de São Luís, cerca de 126
quilômetros de correias transportadoras, e a implantação dos projetos
CLN 150 capacitará o Porto de Ponta da Madeira para
230 milhões de toneladas por ano, 100 milhões a mais que a atual. O
aumento trará uma ampliação para 200 metros de correias transportadoras,
enquanto Carajás, em Parauapebas, no Pará, não passará de 130
quilômetros de correias. Ou seja, em São Luís, teremos
70 quilômetros a mais de correias transportadoras que em Carajás,
justificando, portanto, a implantação da fábrica de roletes em nossa
cidade”, argumentou.
Verde criticou também os problemas de
mobilidade urbana na área do Itaqui-Bacanga e o impacto ambiental
causado pelo despejo de água de lastro e de lixo oriundos dos navios que
chegam à Baía de
São Marcos, em São Luís. Segundo ele, até 2016 haverá a triplicação da
quantidade de navios que se destinam aos portos localizados na Baía de
São Marcos. Atualmente, a Vale é responsável por 405 dos navios que
chegam a São Luís e, com a ampliação da capacidade,
será responsável por 60%. “Até o momento, a Vale nada tem feito para
monitorar e minimizar esses impactos ambientais", disse.
Cleber Verde fez referência à eleição da
diretoria que irá presidir o Consórcio dos Municípios da Estrada de
Ferro Carajás (COMEFC), realizada na última sexta-feira (26), com
representantes de
23 municípios maranhenses, incluindo a capital. Objetivo é estabelecer
dialogo de forma unificada com a empresa Vale e cobrar pagamentos de
compensações.
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